Páginas

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Multidão pretende mudar a cara do futebol brasileiro

O torcedor de futebol está mais ativo do que nunca. Isso ocorre devido às ações colaborativas lançadas nas mídias sociais e difundidas em massa pela multidão.

Nesta quarta-feira, o jogador Bolívar, do Internacional, decidiu não atuar na partida contra o América-MG, em pleno estádio Beira-Rio. A pressão exercida pelo torcedor colorado pelo Twitter e pelo Facebook nos últimos dias é o que motivou o atleta a se retirar temporariamente da equipe. Não se sabe ao certo de onde teve início o movimento contra o zagueiro do Inter. O que se sabe é que esse tipo de ação colaborativa surge de maneira descentralizada, porém de maneira muito coordenada pelos seus membros. Essa coordenação existe por um único motivo: engajamento social.

O mundo do futebol é um ambiente repleto de sentimento coletivo. A vontade de ajudar seu time a crescer e a ganhar títulos faz da torcida uma comunidade bastante especial. Quando vai ao estádio, o torcedor não quer apenas ver seu time jogar; ele quer torcer, vibrar e levar a equipe rumo à vitória. A ação colaborativa entre os torcedores é a alma do engajamento dessa rede de pessoas.

Na internet, o sentimento de colaboratividade entre os torcedores aumenta significativamente. As mídias sociais são a extensão do estádio, é o lugar onde a torcida pode se encontrar novamente e a qualquer momento.

Este blog vai começar uma nova série com exemplos de ações colaborativas relacionadas a futebol.



sexta-feira, 29 de julho de 2011

Plataformas Crowdsoursing - Segunda Parte

A inteligência coletiva também pode ser aplicada no desenvolvimento de produtos e no envolvimento dos clientes com as marcas de maneira mais efetiva.

A plataforma We do Logos faz uso da concorrência criativa entre a multidão de designers, sejam eles profissionais ou amadores. Lançado em setembro de 2010, o site já conta com milhares designers cadastrados e mais de 10 mil logos desenvolvidos. A vantagem desse tipo de projeto é que reúne de um lado as empresas que desejam reforçar suas marcas e de outro lado designers com fome de trabalhos desafiadores.

O uso da inteligência coletiva serve para fundamentar os negócios, como ocorre no Camiseteria. Fundado em 2005, o site recebe sugestões de estampas enviadas por clientes. A multidão decide quais são os melhores trabalhos e o Camiseteria produz e comercializa os produtos através de sua plataforma online. Os colaboradores recebem créditos e ótimos prêmios em dinheiro. Como os próprios fundadores da empresa, Fábio Seixas e Rodrigo David, afirmam: "O Camiseteria é a moda que você faz". Uma dica para quem quiser se aprofundar mais sobre essa startup de sucesso é ler o Manifesto Camiseteria.

Mais adiante, quero abordar exemplos internacionais de plataformas que fazem da multidão fonte de ideias e soluções.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Plataformas Crowdsoursing - Primeira Parte

Conforme prometido no post anterior, vou comentar sobre alguns exemplos de plataformas nacionais onde a multidão é fonte de ideias e soluções.

A série de exemplos inicia pelo site Ideias.me, que foi a faísca para que surgisse meu interesse em inteligência coletiva. Fundada pelo gaúcho Rafael Zatti, no início de 2011, a plataforma lança desafios propostos por empresas parceiras que envolvem prêmios em dinheiro. A Vivo é a maior empresa até agora e injetou prêmios num total de 150 mil reais. O Ideias.me é considerado pela revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios como uma das 45 startups que devem mudar a cara da internet no Brasil. Saiba mais sobre o Ideias.me através do blog Crowdoquê?.

Algumas empresas criam suas próprias plataformas colaborativas para receber opiniões de seus clientes. O maior exemplo no Brasil é o da construtora Tecnisa. Através do site Tecnisa Ideias, a multidão compartilha ideias, dúvidas e sugestões que podem melhorar o mundo de amanhã. Isso tudo, é claro, ocorre através de planos de construção civil. Recentemente, a Tecnisa lançou pelo Facebook o um projeto crowdosursing que envolve as pessoas no planejamento completo de um edifício. Trata-se do primeiro edifício colaborativo do mundo. Confira a página no Facebook: http://www.facebook.com/ideiasgafisa.

Em breve, outras plataformas nacionais que são ótimos exemplos de inteligência coletiva para fins econômicos e também sociais.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Crowdsoursing

Você nunca ouviu falar em crowdsoursing? Não se preocupe. O espanto que você pode ter tido é comum, devido ao surgimento recente dessa prática no Brasil.

Um dos precursores do movimento crowdsoursing no Brasil é o gaúcho Rafael Zatti, autor do blog Crowd o Quê? e fundador da plataforma Ideias.me. Foi através da leitura de seus posts e conversas pessoais via Skype, que descobri o fantástico mundo da inteligência das multidões.

O conceito mais claro de crowdsoursing só poderia vir do Wikipedia.org, o exemplo mais bem sucedido de inteligência coletiva na internet:

"O crowdsourcing é um modelo de produção que utiliza a inteligência e os conhecimentos coletivos e voluntários espalhados pela internet para resolver problemas, criar conteúdo e soluções ou desenvolver novas tecnologias."

Existem inúmeros exemplos de produtos obtidos através de crowdsoursing, entre eles o sistema operacional Linux e o navegador Firefox, que foram realizados por um exército de programadores ao redor do mundo.

Em posts futuros, vou abordar novos exemplos de produtos e as várias plataformas especializadas em crowdsoursing no Brasil e no mundo.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ação Colaborativa

A vontade de querer participar de projetos coletivos se encontra na busca pela realização de algo significativo. Ao redor do mundo, existem diversos tipos de movimentos que influenciam a vida das pessoas, seja em nível local, seja em escala global.


Utilizando-se da ferramentas digitais a que tinha disposição, em 2007, uma advogada do Quênia iniciou um blog sobre as eleições presidenciais daquele país. Logo após a eleição, houve um surto de violência e a censura da mídia foi efetuada pelo governo. A partir desse momento, o blog da advogada ganhou uma importância maior do que se esperava. A quantidade de conteúdos relevantes a serem postados e comentados na plataforma cresceu de maneira abrupta. Assim, programadores se uniram à causa e colaboraram com a automatização do processo de coletar dados sobre a situação vivenciada no Quênia através da participação dos moradores.


Dessa forma, nasceu o site Ushahidi.com, que faz uso também de mensagens SMS para receber informações.


Esse projeto open source tomou grandes proporções e hoje é utilizado no mundo todo como referência para a resolução de problemas ligados a violência social.


Assim como no caso Ushahidi, a maior parte das ações colaborativas tem início em âmbito local e acaba servindo de modelo para casos semelhantes ao redor do mundo. Há, inclusive, a possibilidade de a própria plataforma ser disponibilizada para que outros indivíduos possam reutilizá-la de maneira prática, algo que ocorre no exemplo citado.


Produção Colaborativa

Os hábitos do século XX provocaram o desejo de consumir que existe até hoje, mas as novas tecnologias digitais fizeram a sociedade ter vontade de produzir conteúdo e interagir com as ferramentas a que tem acesso.


A tarefa de criar e de compartilhar está cada vez mais presente na multidão que faz parte do mundo cibernético.


A produção colaborativa de conteúdos sem fins lucrativos está presente em nível global no site Wikipedia.org. Exemplo bem sucedido de plataforma colaborativa, o projeto busca compartilhar o conhecimento da humanidade através de tópicos que podem ser editados por colaboradores. Dentre as inúmeras pessoas que acessam o Wikipedia, há as que colaboram ao gerar novas informações e outras que utilizam esses dados com objetivos pessoais.


O fator comum entre os colaboradores do Wikipedia está na capacidade de progredir espontaneamente e sempre visando o bem de toda a sociedade.


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Inteligência em Excesso

O pesquisador Clay Shirky acredita na importância da colaboração a fim de promover a fomentação de ideias que gerem atitudes positivas e soluções para a sociedade.


É determinante para o sucesso da inteligência coletiva a motivação de cada indivíduo. Para uma pessoa estar empolgada a fim de colaborar com uma causa, existem três fatores preponderantes, segundo Shirky: a possibilidade de usar as capacidades mentais até então inutilizadas; a vaidade a partir do reconhecimento de ter ajudado; e o desejo de fazer uma coisa boa.


Atualmente, a força da generosidade humana, somada ao potencial das tecnologias digitais acaba gerando a busca pela realização de metas significativas. Dentre as grandes mudanças geradas pela internet está o fim do pensamento de que aquilo que está longe geograficamente é inalcançável. A distância entre as pessoas não existe na esfera virtual.


A colaboração no âmbito da internet pode ser realizada de inúmeras maneiras. Atualmente, as estratégias colaborativas são basicamente ações com finalidades específicas, sejam elas sociais ou até mesmo corporativas. Além disso, a produção de conteúdo relevante para a sociedade faz parte dessa concepção recente de altruísmo recíproco.


Nos próximos posts, exemplos e conceitos de ações e produções colaborativas que visam satisfazer a sociedade.